Educação Patrimonial do Programa de Pesquisas Arqueológicas Estação Conde de Araruama em Quissamã- RJ

 

Educação Patrimonial

 

A Educação Patrimonial do referido Programa, ainda que ausente em termos contratuais, foi desenvolvida por um dos princípios que norteiam as realizações do Instituto de Arqueologia Brasileira – IAB, envolvendo a ideia de participação de todos os integrantes do Programa, desde os auxiliares de campo, agentes diretos e ativos no processo, à comunidade da área pesquisada.

O IPHAN define Educação Patrimonial no manual de atividades práticas como “o processo permanente e sistemático de trabalho educativo, que tem como ponto de partida e centro o Patrimônio Cultural com todas as suas manifestações”.

Partindo deste princípio, as atividades de educação patrimonial desenvolvidas pelo Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), além dos métodos convencionais, utilizam a metodologia do Psicodrama Pedagógico para permitir que os resultados dessas ações obtenham melhor aproveitamento através da aplicação de suas técnicas específicas. Nessa forma de abordagem o sujeito se apropria da informação através da possibilidade de experenciar sensorialmente o objeto patrimonial pelo contato direto com o mesmo. É dito a ele abertamente do que se trata e que ele deve experimentar descobrir de modo pessoal o que o artefato/objeto patrimonial pode vir a significar para ele no futuro. O que fica após o experimento é então registrado. Parte-se da premissa de que educar patrimonialmente é ajudar a descobrir dentro de si conexões na memória e na identidade do sujeito de modo a lhe possibilitar descobrir tudo o que possa vir a lhe ser importante e significativo a ponto de ser sensibilizado a preservar o bem patrimonial para o futuro.

A base fundamental da educação patrimonial, neste caso, consiste em levar o individuo ao contato sensorial através de seus sentidos com o objeto patrimonial, a despeito do discurso formal. O Método Psicodramático, oriundo da teoria socioeconômica de Jacob Levy Moreno e adaptada por Neto (2006) consiste na aplicação de técnicas psicodramáticas diversas (geralmente criadas especificamente para o projeto), tomando-se por base as quatro etapas fundamentais do método. São elas: aquecimento inespecífico, aquecimento específico, dramatização e compartilhamento. Durante estas etapas os participantes, orientados pelos especialistas, são inseridos na temática cultural, recebendo e transmitindo informações de extrema importância para os resultados.

Além de Convite enviado à Fundação Municipal de Cultura e Lazer de Quissamã para divulgação no local, exposição de slides com fotos antigas da área, distribuição de material gráfico (cartilhas) e palestra sobre arqueologia e patrimônio cultural e Oficina Peneiras de Ciência com mostra de materiais arqueológicos, sem procedência, destinados a esse fim, foram os recursos utilizados para as ações socioeducativas.

O Encontro de Educação Patrimonial ocorreu no dia 27 de abril de 2012 no Armazém Ribeiro & Filhos, prédio vizinho à Estação Conde de Araruama. Teve como objetivo resgatar a história local através dos moradores da Vila de Conde de Araruama, no entorno da Estação, bem como sensibilizá-los para a reflexão sobre a importância histórica do local onde residem, para sua participação na preservação do patrimônio histórico e sobre a pesquisa arqueológica que seria realizada na Estação.

O público alvo, que seria formado pelos trabalhadores locais contratados para comporem a equipe de arqueologia, e seus familiares, bem como funcionários da Fundação de Cultura de Quissamã e convidados, foi contemplado com duas turmas de estudantes do ensino fundamental da Escola Municipal Conde de Araruama, tornando as atividades ainda mais estimulantes.

Assim foi dado o início das práticas educativas.

A atividade física escolhida para o aquecimento inespecífico foi Andar de Trem, e contou com a participação entusiasmada de todos.

A Palestra sobre Arqueologia e Patrimônio Cultural foi apresentada pela equipe de Educação Patrimonial do IAB inicialmente definindo a arqueologia e sua contribuição para o resgate e formação da identidade de um Povo. Foi apresentado um resumo do histórico do local e da importância da Estação Ferroviária para a economia do município. As fotos antigas da Estação encantaram os presentes, promovendo imediato burburinho com histórias de seus antepassados.

A seguir os participantes foram convidados a conhecer o material arqueológico no espaço designado para a Oficina Peneiras de Ciência, onde são expostos diversos tipos de materiais comumente encontrados em sítios arqueológicos, e o público foi convidado a interagir com as peças dispostas nas peneiras.

Ficamos bastante satisfeitos com o grau de interesse dos participantes em tudo o que foi demonstrado e acreditamos termos plantado a sementinha da consciência de preservação de mais esse patrimônio que com a continuação do Projeto da Prefeitura/Iphan trará ainda mais orgulho para a comunidade que o detém.