Batedor - Quebra coco

Descrição

A Fase Mucuri embora contemporânea da Fase Ururaí, se caracteriza por ocupar as serras Fluminenses e apresentar traços de contato interétinico com povos de origem Tupi Guarani em sua cerâmica. A localização ambiental de seus sítio permitiu fossem preservados artefatos de cestaria e tecelagem, como ocorreu em sítios das cavernas das serras de Minas Gerais. Além desses, possui outros pontos de convergência com a Tradição Una também através da sua cerâmica comum, a variedade de padrões de sepultamentos e as evidências da prática da horticultura.


O “quebra-coco” ou “peça com sinais cupuliformes” como preferem alguns pesquisadores, é, na verdade, um seixo com faces planas e corpo arredondado, cujas marcas em toda a sua periferia o caracterizam como um instrumento tanto de suporte quanto de percussão. Geralmente, em ambas as faces aparecem depressões produzidas e aumentadas gradualmente pelo uso, útil para a fixação de uma noz ou semente, a ser quebrada pelo impacto de outro seixo, ou bloco de pedra, para liberação da sua parte comestível. São peças comumente encontradas na maioria das sociedades arqueológicas do país, desde os mais antigos caçadores-coletores até as populações históricas do interior e do litoral. Funcionalmente pode demonstrar a persistência da coleta de coquinhos, sementes duras, nozes ou similares, como atividade complementar de subsistência grupal ao longo do tempo. Esta peça foi coletada junto a um sepultamento secundário em urna, cujos ossos jaziam amarrados como em um feixe por cipó “Imbé”, depositados em uma platibanda de caverna situada na serra fluminense.

Filiaçao cultural do objeto

Período: Pré-histórico

Tradição: Una

Fase: Mucuri

Local: Cordeiro, RJ

Sítio Abrigo Bela Vista RJ GP 05

Nível: 20-30 cm

Análise cultural do objeto

Tipo: Batedor (quebra côco)

Material: Lítico

Dimensão: 8×5 cm

Datação relativa: 1000-1100 AP

Fonte: Acervo IAB 1967

Catálogo: 104