E Floresceu a 9ª Primavera dos Museus também no IAB!

A 9ª edição da Primavera dos Museus, ação do Instituto Brasileiro de Museus-IBRAM que ocorreu entre os dias 21 e 27 de setembro 2015 em todo o Brasil, na qual estiveram envolvidas mais de 800 instituições, contou este ano com a participação do Instituto de Arqueologia Brasileira-IAB, o qual promoveu em seus espaços: oficinas, palestras, exposições e mostras de vídeos para os mais de 400 visitantes.

Durante os quatro dias em que foram desenvolvidas as atividades, recebemos alunos da rede pública da Creche Municipal Casa da Criança, do CIEP Edival Gueiros Vidal, alunos do curso “Conhecendo a Baixada” que é oferecido pelo SESC-São João de Meriti, um grupo de jovens do Programa “Jovens Agentes do Patrimônio” do Museu Vivo de São Bento localizado em Duque de Caxias-RJ e moradores da comunidade.

Na quinta-feira, 24, a reportagem da NBR (a TV do Governo Federal) registrou o evento no IAB, entrevistando a coordenadora geral das ações Jandira Neto e alunos do CIEP veiculando, respectivamente em seu telejornal das 19h30min e na “Voz do Brasil” às 19h22min, ambos do dia 25.

Veja o vídeo aqui https://www.youtube.com/watch?t=4&v=5uwPvWdfP24

Ouça o áudio aqui http://conteudo.ebcservicos.com.br/programas/a-voz-do-brasil/arquivos/ouvir?prog=25-09-2015-voz-do-brasil.mp3

Com o tema “Memórias Indígenas” proposto pelo IBRAM e com a pureza e o entusiasmo típicos dos pequenos e a vitalidade e criatividade dos pré-adolescentes e adolescentes, eles participaram da educação patrimonial começando pela oficina de pintura indígena na qual foram caracterizados com as pinturas próprias daquele povo, entrando quase que imediatamente no clima da proposta: trazer para o presente as memórias dos nossos antepassados cujas heranças desfrutamos no cotidiano, sendo a pintura do rosto apenas uma entre tantas.

Conduzidos pelos monitores era hora de conhecer um dos mais essenciais instrumentos de ordem social das tribos: a maraca ou maracá e suas funções. Entre as inúmeras utilidades da maraca eles puderam vivenciar dois importantes momentos dentro dos rituais indígenas: os de oração e os de dança. Um pequeno treinamento e… vamos orar e dançar como índio!

Pronto! Alegres e cheios de energia era hora de contar pra eles sobre como os índios viveram no passado e como até hoje vivem algumas tribos no Xingu. Assim eram conduzidos para a exposição “Índios de Ontem e de Hoje”.  Começando pela tradição sambaquieira até a tupi e seus hábitos em diversas esferas. Foi demonstrada por meio da estratigrafia e de painéis uma visão geral do que incorporamos como herança, seja nos hábitos, (como o de tomar banho todos os dias, por exemplo), na alimentação ou na língua, já que também utilizamos uma enorme gama de palavras derivadas destes povos.

Puderam ver nos espaços caracterizados como a “cozinha e o quarto” do índio como é hoje; do que eles se alimentam, quais instrumentos utilizam para conseguir os alimentos, onde e como ainda dormem.

No setor da exposição que tratava da produção de cestarias e demais utensílios e ferramentas para utilização no dia-a-dia deles, havia fotos de índios em seus habitats, caçando, na praia ou simplesmente sorrindo enfeitados com colares, cocares e brincos. Mas eis que de repente alguém gritava: “Olha lá o índio nu!” Era hora de explicar o mais interessante. Será que eles estavam mesmo nus ou aquilo que nós herdamos como enfeites era para eles o maior indício de proteção do corpo como as nossas roupas o são para nós?  E as revelações surpreendiam a todos!

Mas não terminava por aí…

Em seguida eram levados e/ou convidados a irem até a sala de vídeos onde assistiam o foto- filme “A Criança da Floresta”. Com uma linguagem simples e imagens reais eles podiam compreender melhor os costumes adotados pelos pequenos da floresta, suas brincadeiras, seus interesses enfim, sua cultura de profundo respeito uns pelos outros e pela natureza.

O intenso consumo do milho pelas tribos nos inspirou a oferecer pipoca na saída, juntamente com um adesivo de um índio para que a memória dos seus “momentos-indígena” permanecesse por um pouco mais de tempo naquelas jovens vidas abarrotadas de milhões de interesses.

E foi assim que, por quatro dias, se dedicou intensamente toda a equipe do IAB designada para mais este gratificante momento; o momento em que tivemos a oportunidade de começar a despertar em nossos pequenos de hoje valores que, com dedicação, sobreviverão em seus corações e eles os levarão para suas vidas: o conhecimento e a integração com o passado gerando estruturas de respeito para com os “diferentes” no futuro.

Agradecemos a todos os nossos colaboradores e demais voluntários que já fazem parte do Programa “Amigos do IAB” que se dedicaram antes (para a organização) e durante o evento, com responsabilidade e alegria para mais esta realização.