IAB celebra Dia Nacional do Patrimônio Histórico!

Foi durante o governo Getúlio Vargas e no ano de 1937 que por meio da Lei nº 378 foi criado o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, (Iphan) – à época, criada como Secretaria “Sphan”. Teve como o maior responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil o defensor incansável do mesmo: o advogado, historiador, jornalista e primeiro presidente do Instituto, Rodrigo Melo Franco de Andrade que se tornou inspiração para a criação do Dia Nacional do Patrimônio Histórico, em 1998, quando completaria 100 anos.
Nascido em Belo Horizonte a 17 de agosto de 1898 foi contemporâneo de grandes nomes do cenário nacional como Cândido Portinari, Manuel Bandeira e Mário de Andrade. Rodrigo Melo Franco de Andrade foi redator-chefe e diretor da Revista do Brasil e, na política, chefe de gabinete de Francisco Campos, no Ministério da Educação e Saúde Pública – criado em 1930, também no governo Getúlio Vargas.

Hoje,“em seu esforço para a preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro, o Iphan possui a tutela de mais de 45 mil bens imóveis tombados, inseridos em 86 conjuntos urbanos tombados. O Instituto tem ainda tombados um sítio paleontológico, 77 conjuntos arquitetônicos, 33 conjuntos rurais, 449 edificações, 393 edificações e seus acervos, 13 jardins e parques históricos, um quilombo, 30 ruínas, cinco sítios arqueológicos, nove terreiros, 24 patrimônios naturais, 29 acervos, 63 bens móveis e integrados e 45 equipamentos urbanos.”

Rodrigo Melo Franco de Andrade - Foto: site Iphan Cândido Portinari, Antonio Bento, Mario de Andrade e Rodrigo Melo Franco de Andrade, exposição de Portinari no Palace Hotel, Rio de Janeiro, julho de 1936 - Foto: site: Vitruvius.

Com 56 anos de atividades ininterruptas completadas em 2017, o Instituto de Arqueologia Brasileira, como guardião de um dos maiores acervos de Patrimônio Cultural Material nacional e detentor de um dos maiores bancos de dados do Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro, celebrou, em sua sede, acompanhado de representantes de diversas entidades, os esforços de parcela da população consciente da necessidade de preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro, com palestra, filme e distribuição da Cartilha de Educação Patrimonial e de exemplares do livro bilíngue “História e Pré-História da Baixada Fluminense – A ocupação humana da bacia do rio Guandu” (Ondemar Dias & Jandira Neto).

Os presentes ouviram a excelente palestra “Bens culturais e suas formas de preservação” com o Professor Marcus Monteiro, Diretor-Presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – Inepac, gerando forte interação entre todos, que discutiram sobre as diversas questões que envolvem esse tema. Discorreu também sobre um pouco da história do Instituto, suas iniciativas no tombamento de milhares de patrimônios do Estado do Rio de Janeiro e das inúmeras vezes em que teve que recorrer à Polícia e à Justiça para que as leis de preservação fossem cumpridas.

Foi exibido o filme “O Elo do Recôncavo Guanabarino” que traz o levantamento do patrimônio cultural imaterial resultado do trabalho de Cintia Silva, professora, pesquisadora (Seeduc/RJ), que se dedicou a essas diligências, pelo IAB, durante as pesquisas arqueológicas para a construção da Rodovia Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, tendo como parceiro para registro em fotos e vídeos Alessandro Almado. “De tudo o que levantamos o que mais me marcou foi a dificuldade que os detentores de saberes tão especiais têm com a continuidade do patrimônio herdado. É muito difícil, sem recursos, sem qualquer ajuda das instâncias governamentais continuar cuidando, reproduzindo e levando-os para as novas gerações”, diz Cíntia.

Estiveram presentes representantes do Museu Vivo de São Bento, como sua Diretora, Sra. Marlúcia de Souza e Filipo Tardim, professor audiovisual do Museu; os padres Renato Gentile e Daniel F. da Silva da Diocese de Duque de Caxias, José Maurício da Silva, arqueólogo (Iterj), Breno Monteiro (Inepac), o vice-presidente do G.R.E.S. Inocentes de Belford Roxo, Icaro Meira, José Maurício Novaes (Seduc-Seropédica),Maria Lúcia dos Santos (Instituto de Cultura e Religião Afro-brasileiro-Icrab), entre outros. Os pesquisadores curumins da manhã ouviam a tudo, interessadíssimos em tanta novidade desse mundo no qual adentraram a tão pouco tempo – o da arqueologia – e que a cada evento desvela aspectos instigantes. A seguir foram contemplados com exemplares do livro os que não o havia sido em outras ocasiões.

 

Agradecemos a todos que nos prestigiaram com suas presenças, em especial ao Professor Marcus Monteiro que abrilhantou o evento com importantes informações sobre o patrimônio do Estado do Rio de Janeiro.

Texto: Antonia Neto

Fotografia: Diego Lacerda

Equipe: Cida Gomes, Diego Lacerda, Antonia Neto, Soledade Neto, Marilda Souza, Alessandro Silva, Sérgio Serva, Geovani Dionísio, Marcos Souza, Anselmo dos Santos e Aldeci dos Santos.                                                                             

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