Programa Integrado de Arqueologia, Salvamento, Monitoramento e Educação Patrimonial – JB-695

Educação Patrimonial – Primeira e Segunda Fases

Apresentação

O Programa Integrado JB-695 foi executado na Rua Jardim Botânico nº 695, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, em dois momentos distintos. O primeiro (2012/2013) onde se atingiu o nível máximo de investigações pelos métodos tradicionais, e uma segunda fase (2016/2017) que acompanhou a retirada das estruturas por meio de maquinário especial sob cuidadoso monitoramento. Em ambos foram aplicadas as práticas socioeducativas previstas no Programa, abrigadas, à época, na Portaria 230/2002 e hoje amparadas pela IN 01/2015, ambas do Iphan.

Na primeira fase, como previsto no projeto enviado ao Iphan e por este aprovado, atendendo as condicionantes para implantação do empreendimento,  as atividades de Educação Patrimonial tiveram suas ações dirigidas para públicos leigos específicos. Estes foram constituídos por funcionários dos empreendedores responsáveis pela execução das obras (à época Globo Comunicações e Participações S.A. e Concremat Engenharia e Tecnologia S.A.) com atividades no próprio sítio arqueológico, no dia 05 de abril de 2013, e nos dias 08, 09 e 10 – do mesmo mês e ano – com mais doze horas de ações, no Colégio Estadual Ignácio Azevedo do Amaral, situado à Rua Jardim Botânico nº 563.

Três anos depois, com a retomada da execução das obras por novos empreendedores (JB Empreendimentos Imobiliários Ltda., e Tecto Engenharia Ltda.) durante, portanto, a fase de Monitoramento, suas equipes (engenheiros, assistentes e operários) participaram, a 26 de novembro de 2016, no decurso de oito horas, de intenso trabalho de conscientização de valorização de Patrimônio na sede do Instituto, na cidade de Belford Roxo.

Estas ações, em ambos os momentos, tiveram por objetivo não só assegurar o fiel cumprimento das exigências da legislação específica, mas em especial possibilitar que esses profissionais da área de engenharia, e demais participantes, pudessem compreender a importância de preservação destes patrimônios que, como letras brotadas da terra, sussurram a nossa história.

Educação Patrimonial, o que é?

Quando pesquisas arqueológicas são feitas para atender a obras de grande impacto no solo, é importante se pensar em ter a consciência e o foco na preservação do possível patrimônio envolvido no procedimento.

Foi assim que surgiu a necessidade de se criar um método para sensibilizar as pessoas quanto à necessidade da preservação do Patrimônio, seja ele Natural ou Cultural, Material ou Imaterial e assim foi determinado, como meio, o procedimento conhecido como Educação Patrimonial.

Quando é preciso revolver a terra num processo de grandes perturbações do solo, são concretas as possibilidades de destruição de sítios arqueológicos porventura existentes naquelas áreas. Nestes casos o arqueólogo precisa de ajudas muito valiosas: sejam as da sua própria equipe de trabalho como biólogos, antropólogos, historiadores, técnicos e auxiliares de campo e de laboratório, sejam a dos profissionais envolvidos nas obras como os engenheiros, os técnicos, os supervisores e operários em geral; ou ainda das comunidades na quais se desenvolve o empreendimento. Via de regra seus membros, que normalmente conhecem bem a área onde residem, contribuem sobremaneira, previamente, com o histórico do local, comunicando sobre os indícios de haver ali ou não, um sítio arqueológico.

Outro importante fator observado para o resgate e preservação da possível história que ali será revelada, é o fato de os descendentes destes mesmos moradores serem privados de conhecê-la, já que em processos como esses há uma extraordinária mudança no cenário da região, descaracterizando completamente o que até então é patrimônio material e imaterial daquelas pessoas. Por exemplo, a destruição de uma velha cabana, próximo dali e que resistira geração após geração, cujas lendas, cheias de mistérios que a envolvia, embalariam seus sonhos infantis como embalaram um dia os de seus pais, transforma-se numa perda de parte da identidade cultural daquela comunidade.

É para isso que existe a Educação Patrimonial. Inicialmente para conscientizar as pessoas de que existe, via de regra, sob a terra, toda uma história dos nossos antepassados que poderá ser revelada. Posteriormente, para minimizar os naturais danos causados pelas incessantes e necessárias ações que pesam sobre a esteira do progresso resgatando e preservando os “documentos” – que são os artefatos encontrados – dessa história. Deste modo, a Educação Patrimonial surge como uma medida de proteção, não só para os registros das comunidades afetadas pelos empreendimentos, mas como também para a Memória Nacional. Por isso torna-se fundamental que o maior número de pessoas seja treinado nesse processo de apropriação patrimonial, amortecendo o impacto de destruição desses bens.

O trabalho da educadora ou do educador patrimonial acontece em paralelo ou depois de todo o processo de resgate arqueológico, e sua função

social é levar ao conhecimento do máximo de pessoas, por exemplo, quais povos viveram ali, como viviam, o que era importante para eles – quando é o caso –  e especialmente como tudo isso ecoa até hoje em suas próprias histórias.

A esse profissional cabe comunicar, na prática, a importância da pesquisa através de ações socioeducativas, conscientizando o maior número de envolvidos naquele projeto de que, para conhecer a história de um povo não basta apenas saber o que saiu do chão, mas em que contexto ele foi parar ali, afinal, as sociedades são compostas por muito mais que artefatos. Cada caquinho encontrado, um dia foi tocado por um ser humano com seus amores, suas dores e seus sonhos. Sonhos que, provavelmente, já foram há muito realizados pelos sonhadores de hoje, os quais também sonham e deixarão registrados, de alguma forma, sua passagem por aqui.

Sendo assim, a melhor maneira que o Instituto de Arqueologia Brasileira-IAB encontrou para traduzir esses valores foi aplicando, nas suas práticas de Educação Patrimonial, o método do Psicodrama Pedagógico que se desenvolve em quatro etapas: o aquecimento inespecífico, o aquecimento específico, a dramatização e o compartilhamento. O objetivo do método é tentar fazer compreender, os envolvidos no processo, a relevância da descoberta para a sociedade como um todo. Afinal, funcionamos como uma rede onde cada elo interliga e distribui interesses e estruturas dentro do seu pulsar ininterrupto, sempre na expectativa de melhores desempenhos.

Descreveremos como estas foram realizadas, nos dois momentos específicos da pesquisa. Na primeira fase quando da descoberta e pesquisa do sitio e, posteriormente, durante a fase de Monitoramento. 

A primeira fase

No dia 05 de abril de 2013 funcionários dos empreendedores (entre engenheiros, técnicos e outros da área administrativa) visitaram, a convite do IAB, o sítio arqueológico, que se encontrava em pleno desenvolvimento das pesquisas, com o objetivo de conhecerem as razões pelas quais são fundamentais essas investigações antes e durante a execução de obras.

Municiados com as informações sobre as variadas perspectivas de interpretação das letras que brotavam da terra, no ininterrupto processo de evidenciação do passado, os visitantes demonstraram surpresa pela percepção da constatação de referências ao passado, até então suposto, de pessoas que habitaram aquele espaço e deixaram “escritos na terra” seus interesses e valores, observando as várias estruturas evidenciadas, entre elas, por exemplo, o método construtivo antigo do sistema de esgoto com telhas do tipo goiva. Sim, o que dizíamos era que estavam sendo localizados os “documentos” da História. Daquela história. Da história daquele lugar.

Alguns artefatos resgatados foram apresentados como mostras dos resultados que, com o desenvolvimento das buscas, foi ainda mais promissor; entre eles uma gama de vasilhames, tais como: garrafas de stoneware, tinteiros de vidro e cerâmica, louças e frascos de perfume, importados e/ou trazidos da Europa contendo os mais diversos tipos de produtos para atender às demandas de um mercado que já reclamava suas necessidades, porém não dispunha de indústria própria. As peças eram examinadas sob olhares bastante curiosos dos seus observadores, remetendo-os a um passado onde pequenos centros comerciais como o que foi aquela região durante o período da colonização, era referência para atendimento às exigências de bens de consumo da população e cujos resgates dos vestígios e sua preservação tornam-se fundamental para compreendermos determinadas estruturas sociais; entre inúmeras outras vertentes do Conhecimento.

Inteirados, os presentes, sobre as motivações das investigações arqueológicas, foram finalizadas as ações naquele dia, mas nossos esforços para comunicar a razão das Leis que abrigam a nossa profissão continuaram vigorosos quando, três dias depois, nos engajamos no mesmo movimento, só que agora, no Colégio.

A escolha do Colégio EstaduaI Ignácio Azevedo do Amaral (CEIAA) se deu por duas razões. Primeiro por ser o mais próximo ao sitio arqueológico em questão “JB-695” e depois por ser uma referência dentro da rede pública de ensino na formação de professores desde que em, 1996, a partir de uma mudança na lei, também abriu suas portas para o ensino médio noturno possibilitando assim a muitos outros jovens a chance de estudar.

Foi a primeira escola de formação de professores a receber proposta para dar treinamento em Educação Patrimonial para seus estudantes. Sendo aqueles futuros profissionais das mais diversas áreas de ensino, com faixa etária entre 15 e 18 anos, os quais residiam predominantemente fora do bairro da Lagoa (zona sul da cidade do Rio de Janeiro e área de localização do sítio arqueológico) naquele processo, inteirados da urgente necessidade de cuidados com nosso patrimônio arqueológico, fossem esses de ordem material ou imaterial, pilares da nossa identidade cultural.

Em acordo com a Diretoria da escola as ações foram planejadas de modo a oferecer treinamento às três turmas em andamento que estivessem cursando os últimos anos de formação, e às suas respectivas professoras e professores, num total de 110 docentes e futuros docentes.

O “Curso de Treinamento de Monitores em Educação Patrimonial” tem como objetivo precípuo formar multiplicadores das práticas socioeducativas.            A metodologia a ser adotada foi a aplicada pelos pesquisadores do IAB ao longo de muitos anos – o método do Psicodrama Pedagógico desenvolvido por Jacob Levy Moreno no século XX – o qual vem sendo adaptado e usado como recurso didático para trabalhar com patrimônio, pela psicodramatista Jandira Neto, arqueóloga, hoje, e educadora patrimonial do IAB desde 2005.

A proposta era ensinar o método aos docentes, de modo a habilitá-los para a sua aplicação nos contextos escolares onde estariam desempenhando seus estágios. E, como bem sabemos, a melhor maneira de aprender algo é vivenciar a experiência. Esse é o objetivo dessa metodologia. Aplicar aos próprios para que depois de sensorialmente sorvida encontre suas próprias maneiras de apresentá-las a outros.

Começamos então explicando as bases metodológicas da estratégia de aplicação do método no qual o IAB e sua equipe vem atuando de forma inovadora, não levando aos grupos sociais o conhecimento de fora para dentro (do “especialista” para o “público”) e sim buscando a informação de dentro para fora (Princípio da Maiêutica de Sócrates).

Partindo desse princípio lhes ensinamos que o método desenvolve ações socioeducativas nas quais a sociedade (sujeito), em contato direto com o objeto (patrimonial) por ele escolhido, dele se apropria e o contextualiza como coisa sua. Por meio da exploração do objeto com improvisações (dramatizações), dele se apercebe, nele penetra e por meio dele participa de seus aspectos essenciais, podendo então reconhecê-lo como parte de sua realidade e de sua história (de qualquer tempo).

A seguir fomos explicando primeiro teoricamente como executar cada etapa técnica do método que utiliza as quatro regras básicas do Teatro de Improviso, modalidade na qual os textos não são decorados, mas sim improvisados.

Primeiro falamos das regras:

1. Produção –  a aprendizagem anterior é empregada como o fio condutor para novas escolhas no presente, e são baseadas na experiência do contato direto do sujeito com o objeto patrimonial.

Aqui reunimos a turma em grupos e propusemos a experiência, informando que era um jeito novo de aprender sobre as coisas.

  • Ensinamos que a produção utiliza o sentido de Tempo sempre orientado para o presente (contato com o aqui e agora).
  • Que aplica o conhecimento que o sujeito já possui sobre o objeto, não carecendo de fazer nenhuma “pesquisa” para participar.
  • Que a aprendizagem é sempre em forma de Ação
  • E que a pessoas atuam livremente sobre o objeto (a descoberta se dá de forma espontânea).

 2. Contextos – sobre estes explicamos que Todas as Coisas se manifestam em um Tempo, em um Espaço e em uma Forma.

  • No contexto social – a coisa é Tal como é em si mesmo.
  • No contexto Grupal – a coisa é, Tal como se apresenta naquele momento.
  • No contexto Psicodramático – a coisa é Tal “como se fosse” num espaço tempo e forma subjetivos ao sujeito.

3. Instrumentos – segundo esta regra o psicodrama pedagógico lança mão de alguns instrumentos típicos do teatro tais como.

  • Protagonista – aquele que catalisa a ação do grupo. É a pessoa que atrairá para si “a energia do grupo” naquele contexto e o representará na situação.
  • Cenário – é aquele espaço onde se desenvolve a ação dramática. Pode ser real ou “de faz de conta” (psicodramático).
  • Diretor – o psicodrama também lança mão do diretor de cenas, seja como analista social ou como educador patrimonial. É a pessoa que está dirigindo o trabalho socioeducativo.
  • Ego auxiliar – este papel é desempenhado pelo assistente com função de ator/observador social/auxiliar que “se põe no lugar do outro” quando surgem “conflitos” nas cenas representadas.
  • Plateia – que nesta atividade tem dupla função: auxiliar o protagonista ou ela mesma protagonizar o tema.

4. Etapas – Acontece em quatro etapas sucessivas de ação.

  • Aquecimento inespecífico – promove a mobilização da energia vital na busca de recuperar a espontaneidade natural do sujeito, de modo a trazê-lo para a ação.
  • Aquecimento específico – visa promover a mobilização mental do sujeito para o tema a ser tratado.
  • Dramatização – objetiva a representação do drama (por em contato o conhecimento interno do sujeito com um objeto externo) tendo por finalidade uma releitura do objeto e uma ressignificação para o drama a ser tratado.
  • Compartilhamento – esta etapa finaliza o processo com feed back em   grupo. É a hora do Encontro do Sujeito (eu) consigo mesmo e com o Outro (tu) na essência da descoberta. O que sabia antes, o que aprendeu; o que sentiu enquanto personagem e o que está “levando” para sua vida sobre o assunto. São nestas vivências e descobertas individuais compartilhadas com as outras pessoas do grupo, onde geralmente vem à tona a emoção trazendo reconhecimento de novas potencialidades na aprendizagem.

Aplicando as Etapas

1 – Aquecimento Inespecífico:

Neste caso, a criação de uma identidade tribal para cada grupo, exemplificada pela equipe do IAB que, seguindo as próprias regras, criou a sua tribo, facilitando a compreensão do processo.

2 – Aquecimento Específico:

Este começou com uma conversa-palestra sobre o que é Arqueologia. Foram discutidos os conceitos básicos de cultura e patrimônio, destacando a arqueologia como referência na estrutura de desdobramentos para suas conceituações, e ainda inúmeras informações sobre o projeto em andamento na Rua Jardim Botânico 695, seus objetivos e o papel dos patrocinadores.

A interatividade tornou-se a tônica quando surgiram várias questões, o que pode ser percebido como boa demonstração de interesse pelo tema. Entre elas:

• Qual é a metodologia utilizada nas escavações?

• Quem pode ser arqueólogo?

• Quem é o dono do sítio arqueológico?

•Tem algum aparelho que auxilie no trabalho da arqueologia?

• Os dados das pesquisas são divulgados para quem quiser pesquisar?

• A pessoa recebe alguma coisa por ter um sítio arqueológico em casa?

• Qual foi o item de maior valor encontrado pelo IAB?

• Podem levar escolas ao IAB?

   

3 – Dramatização:

Havíamos planejado levá-los para conhecer o sítio arqueológico, mas frente à impossibilidade de fazê-lo por questões de segurança alegadas pelos responsáveis das obras, foram projetadas imagens das mesmas e trazidos materiais arqueológicos, sem procedência, para o auditório. Com eles foram montados “sítios arqueológicos” para que os grupos pudessem “tocar” e serem “tocados” pelo material. A proposta era que pudessem trabalhar as informações colocadas durante a conversa anterior, no contexto.

Assim, a equipe do IAB separou (em seis peneiras) material da Tradição sambaquieira; da Tradição Itaipu; da Tradição Tupiguarani; do Período Histórico-colonial; da Fase Neobrasileira; e por fim os artefatos que representariam os dos tipos encontrados no sítio arqueológico JB-695.

As consignas dadas propunham aos estudantes desempenharem o papel psicodramático do arqueólogo, isto é, representarem o personagem em plena atuação de suas competências. Então, a tarefa era: localizar o sítio, “escavar”, listar o material encontrado, anotar, lhes dar significados, se possível, funções e, ali, baseado nas imagens apresentadas, determinar a que tipo de filiação pertenciam e por fim fazer um “relatório” do que havia sido localizado e apresentá-lo à “comunidade científica”.

4 – Compartilhamento:

Cumpridas todas as etapas da “pesquisa arqueológica”, com entusiasmo e muita discussão – para determinar segundo os critérios organizados – os “relatórios” ‘pecaram’ em algumas conclusões – dentro do esperado, mas o resultado global do aprendizado, também nesta etapa, foi bastante satisfatório. Como de praxe, na revisão, foram dadas as informações corretas e/ou complementares, corrigindo as naturais distorções na gratificante compreensão geral.

Outro momento que ganhou a atenção de todos foi quando a professora Ana Paula Passos contou que o avô do seu ex-marido havia morado naquela região nos idos de 1900, época em que chegou ao Brasil para encontrar um tio e ir morar no Leblon (bairro da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, próximo ao do Jardim Botânico, local do sítio) e que, na época, era um lugar reservado aos mais desprovidos de posses. Como dispunha de recursos financeiros mudou-se para o Jardim Botânico e, ao que ela se lembrava, ele contava que onde é hoje o número 695 da rua de mesmo nome, era uma vila de casas e que antes de se ter construído o prédio para a concessionária, no local, havia se estabelecido um comércio que servira de moradia para alguns portugueses. Muito próximo do que nos mostrou, ao final, as pesquisas! A professora ainda reforçou para seus alunos a importância da preservação dos sítios arqueológicos.

Para a avaliação da aprendizagem “pós treinamento” foi então proposto se discutir acerca do tema “Conhecer o patrimônio da Lagoa Rodrigo de Freitas em termos de pessoas que se destacaram na sua história, onde e como moravam; suas casas e lojas, e como se divertiam; como eram as músicas e danças de cada época”.

Os grupos se realinharam agora em três vertentes temporais e, por meio de sorteio, foram escolhidos para representarem três períodos de ocupação diferente para aquele território: a pré-história (antes de 1500), o período histórico/colonial (entre 1500 e 1900) e a atualidade – à época – (de 1901 até 2013). A tarefa consistiu em aplicar o método incluindo todas as etapas aprendidas anteriormente, colocando seus colegas no “papel psicodramático de alunos entre sete e dez anos” e desenvolvendo junto a eles, atividades relacionadas ao período da história sorteado.

Para auxiliar nas atividades foram sugeridos alguns personagens em torno dos quais se desenrolariam as encenações.

Para o grupo de Pré-História, o Aba-leripe (homem do sambaqui), e seus contemporâneos caçadores-coletores.

Para o do Período Colonial, um antigo morador do bairro da Lagoa, o senhor Manoel Agrella e seus amigos, cidadãos da época do Brasil colonial.

Para o de Atualidades, o cantor Vinícius de Moraes foi o proposto (de quem se comemorava, à época, o centenário e que foi morador ilustre da Rua Lopes Quintas no século XX), juntamente com seus amigos.

Para cada período deveria ser apresentada a música e a dança corrente da época.

Exemplarmente dedicados, cada grupo criou, de acordo com o período que representava, os respectivos símbolos.

No Pré-Histórico, danças indígenas, pinturas no corpo, ferramentas de caça utilizadas nos primórdios e estórias, que ainda hoje, nas sociedades tribais, “explicam” determinados fenômenos naturais. Lá, foi a saga da indígena Tainá. Talvez por terem sido os primeiros a se apresentarem ou a escolha do ritmo para o aquecimento inespecífico não tenha sido estimulante o suficiente para seduzir “as crianças”, já que esse movimento geralmente desmobiliza atitudes de desinteresse, o envolvimento inicial foi ligeiramente tímido sendo finalmente superado com potência quando, na última etapa – a do compartilhamento – a “Saga de Tainá” atravessou a passividade e envolveu a todos, que se encantaram com a bela estória!

No período colonial Músicas no estilo Vira que é um gênero músico-coreográfico do folclore português contagiou os educandos entre “sete e dez anos”. Embora a encenação da chegada de Manoel Agrella ao Brasil, representativa do Período Colonial tenha gerado alguma dispersão, os artefatos oferecidos para que fossem tocados, foram bem aceitos com satisfatório índice de aceitação.

No período “Atualidades” o grupo conseguiu ampla adesão cantando e coreografando a música “A casa” de Vinícius de Moraes. Na sequência, um relato sobre a vida do cantor onde cada aluno representou um período de sua vida no formato de teatro com o tema “Vinícius de Moraes e seus dez casamentos”, também com alta participação do “público leigo infantil” que ali estava em processo de educação patrimonial. Por fim uma das estudantes cantou a sua mais famosa canção: “Garota de Ipanema” sendo bastante aplaudida e encerrando, assim, as atividades e o curso.

Conclusão

Na avaliação geral foi concluído que, embora tenha havido alguma dispersão em alguns momentos das atividades durante as encenações, o que é bastante comum, o percentual de atenção e participação superaram em muito as expectativas.

Ao final do curso dois alunos deram seus depoimentos:

“Gostei muito do método do Psicodrama, pois ensina de forma menos monótona e menos enfática”. (Tuany Weslainy)

“Acho o tempo muito curto para aprender direito o método, mas gostei muito dramatização e acredito que tenha ficado claro pra todo mundo o que é”. (Orlando Campo Silva – aluno do 3º ano).

Registramos aqui as palavras que mais foram ouvidas no decurso das ações: “legal, divertido, fácil de compreender, construtivo, união, interessante, aperfeiçoamento, intenso, educativo, criativo, amigável, complemento, motivador, interativo, diferente, exigente, inovador, didático, dinâmico, metódico, dedicação, paciência, aprendizado, curioso, determinação, esforço, desenvolvimento, sabedoria, trabalhoso, produtivo, louco, confuso, bastante interessante, transformador, agilidade, superação, conhecimento”.

Sem nenhuma ausência de nenhum estudante durante o curso, concluímos que conseguimos tornar o trabalho algo inovador e atraente no contexto da arqueologia pública para a compreensão das singularidades e de graus de importância de um patrimônio de qualquer grupo, tribo, sociedade, população e em qualquer época. O nosso mote tenta sensibilizar os indivíduos a reconhecerem esses graus e assim, numa posição de empatia, preservar o que pode não ser tão importante para uns, mas é de grande valia para o outro, e na arqueologia pública para todos, num constante e prazeroso processo de educação patrimonial.

Agradecemos aos empreendedores e seus funcionários que se dedicaram a entender nossos cuidados com os achados.

Agradecemos imensamente à Diretoria do Colégio Estadual Ignácio Azevedo do Amaral (CEIAA) as suas professoras e professores e seus estudantes pelo carinho com que nos receberam e compromisso e alegria com que participaram.

Equipe:

Diretor-Presidente: Professor Ondemar Dias

Coordenadora Geral do Programa de Educação Patrimonial: Arqueóloga Jandira Neto

Cida Gomes – Antonio Souza – Graziela Francisco – Letícia Sampaio – William Cruz – Paloma Santana

A segunda fase

Três anos depois as obras foram retomadas dando continuidade às pesquisas, agora em Fase de Monitoramento, como já dissemos, e novas ações socioeducativas foram desenvolvidas, uma vez que novos atores também estavam em cena. Outras empresas. Outras pessoas. Desta forma foi realizado o evento “Arqueologia – uma viagem no túnel do tempo” elaborado pelo IAB e executado em sua sede.

Assim, às 07h30min da manhã do dia 26 de novembro de 2016, vinte e cinco pessoas – entre operários e engenheiros – da empresa Tecto Engenharia e suas parceiras, as quais executam as obras que deram origem ao Projeto Integrado de Monitoramento JB-695, embarcaram no transporte, deslocando-se do bairro Jardim Botânico, na cidade do Rio de Janeiro, em direção à sede do IAB, na cidade de Belford Roxo. Assim começava a “aventura” por meio da primeira Oficina que tratou da questão da sobrevivência dos povos caçadores-coletores e do modo como encaravam o Mundo Desconhecido. Enquanto se deslocavam em direção ao IAB foram comunicados de que participariam de uma Oficina denominada “Vivência acerca da caminhada do homem sobre a Terra – enfrentando o desconhecido”. Com essa proposta e a aproximação do destino foi-lhes solicitado que colocassem os tapa olhos previamente distribuídos para assim experimentarem a sensação do desconhecido.

Na chegada ao IAB os funcionários os aguardavam também de olhos vendados para igualmente experimentarem a sensação de estar em contato com o desconhecido, sendo nivelados psiquicamente “à mesma condição” dos visitantes gerando assim uma maior facilidade de integração com os que chegavam, para que, durante o processo, fossem se transformando em uma “Sociedade Tribal”.

Perguntados sobre a experiência de não ver para aonde estavam indo nos foi relatado um misto de medo, insegurança e de desorientação sentidos por uns, mas também de curiosidade, tranquilidade e sensação de confiança, por outros.

Igualmente questionada sobre a experiência de não saber a quem cumprimentava, a tônica da equipe do IAB foi de expectativa, curiosidade, de segurança e serenidade até porque se encontravam “em casa” em lugar seguro, e confiantes no processo.

O IAB ofereceu um café da manhã tendo na base os alimentos encontrados nos caminhos que foram percorridos pelos nossos ancestrais nômades. Desenvolvia-se, nesse processo, a segunda Oficina: “O que o homem comia em terras desconhecidas”.

Em seguida, identificados por cores, e denominados “bandos” os grupos participaram da terceira Oficina que foi aberta com uma breve palestra do Professor Ondemar Dias “O Homem como caçador/coletor – o desafio da sobrevivência humana” e o grande salto evolutivo da raça humana após a descoberta do fogo.

“A primeira evidência de uso sistemático de fogo tem um milhão de anos. Foi descoberto ano passado [2016], ou ano retrasado, numa caverna do Sul da África. Hoje nós sabemos que os nossos ancestrais já estavam manipulando o fogo – a gente chama de “domesticando o fogo” – por volta aí de um milhão de anos. Em Israel você tem evidências de 800 mil anos pra uso do fogo – sistemático – e interessantemente, a gente não sabe por que, o fogo só chega à Europa há 400 mil anos. Em Israel você tinha 800 e você está praticamente na boca da Europa, mas na Europa você não tem nenhuma evidência com mais de 400 mil anos”. (Walter Neves – antropólogo e arqueólogo – em palestra para alunos de Ciências Morfofuncionais, no Instituto de Biomédicas III da USP, em 13 de junho de 2017).

A seguir os “bandos” foram convidados a participarem de um jogo montado no gramado onde a cada jogada sua sobrevivência era ameaçada por picadas de animais peçonhentos, fortes tempestades, grandes rios e montanhas intransponíveis e estagnariam se não dispusessem de recursos para sobreviverem a tantos perigos. Exatamente como aconteceu com nossos ancestrais nos primórdios, onde sobreviver a cada dia era literalmente um ato heroico o que o foi obrigando a criar estratégias cada vez mais sofisticadas de sobrevivência estimulando um lento, porém irreversível, processo evolutivo.

Ali os grupos competiam para subsistir e sem perceber já exercitavam questões morais, que por certo foram vivenciadas pelo Homem já em tempos primitivos, do tipo: o que fazer com um indivíduo que foi picado por uma cobra, por exemplo, ajuda-o ou o abandona à própria sorte privilegiando a sobrevivência do grupo? Como era decidido, quem decidia e quais critérios eram utilizados?

Em meio a muita algazarra e protestos por alegações de “roubos” dos grupos opositores, todos se divertiram e puderam perceber – brincando – como a “vontade de potência” intrínseca a cada ser vivo foi, desde sempre, estimulada e fortalecida pelas dificuldades.

Ao final do jogo todos os grupos foram brindados com prêmios pelo desempenho.

A seguir foram conduzidos a uma exposição baseada em uma camada estratigráfica denominada “O índio no Recôncavo da Guanabara”. O Professor Ondemar Dias, autor de mesmo artigo publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (abr./jun., 1998), pontuou as questões fundamentais que demarcaram o progresso daqueles primeiros habitantes desde os primórdios, quando ainda eram apenas caçadores-coletores, até o encontro com os colonizadores. Era a Quarta Oficina. Nesta exposição (um fac-símile de um sítio arqueológico) as camadas estratigráficas simbolizam a evolução dos povos em terras brasileiras.

Na base, os povos do sambaqui (tamba = concha + ki = monte) que, como revelam os achados, desenvolveram ferramentas em lítico (pedra) que os permitiram um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis na natureza. Sua dieta era baseada no alto consumo de moluscos e peixes o que explicaria o forte desgaste da arcada dentária em razão do atrito da areia contida nos moluscos. Viviam nos montes de conchas e também as utilizavam para criar adornos com os quais seus mortos eram homenageados em prováveis rituais realizados ali mesmo quando os enterravam naquelas montanhas de conchas. Não só colares, mas também “colheres” e outros artefatos e ferramentas foram idealizados a partir deste material.

No processo evolutivo surgem os grupos denominados como da Tradição Itaipu. Consumiam, além dos recursos fluviais, a taboa (Thypha domingensis), e foram os primeiros a domesticarem a mandioca no litoral e no interior Fluminense em seus aldeamentos. Exemplar de mandíbula e outros tantos dentes encontrados nestes sítios revelam a presença de cáries, resultantes do consumo diário de carboidratos. Desenvolveram a indústria lítica (moedores, polidores, mão-de-pilão, machados de pedra) e uma sofisticada produção em ossos e conchas.

A seguir os povos da Tradição Una. São os primeiros ceramistas do Brasil. Dominavam todas as técnicas da pré-história (coleta, caça e pesca) e ficaram conhecidos como os horticultores das serras. Já domesticavam o milho, a abóbora, a batata-doce e o amendoim, por exemplo. A múmia Acauã (o corpo de uma menina com cerca de 10 anos) encontrada pela equipe do IAB em uma caverna na cidade de Unaí-MG revela um enterramento com uma coleção de sofisticados artefatos, entre eles uma rede de tecido na qual encontrava-se protegida, revelando que dominavam, inclusive, a tecnologia do plantio e manufatura, em padrões requintados, do algodão.

Na Tradição Tupiguarani verificou-se que, assim como os Una, esses grupos também dominavam a horticultura do aipim, batata-doce, inhame e outros tubérculos, além do milho. E tinham como prática comum o ritual do sepultamento secundário. Este se dava, como primeiro ato, o enterramento no chão, depois de algum tempo os corpos eram desenterrados, tinham os ossos lavados e colocados em um complexo de urnas funerárias (um conjunto dessas urnas foi localizado na cidade de Belford Roxo e encontra-se no IAB). O encontro desses povos com os colonizadores portugueses, quando da chegada dos mesmos nessas terras (e posteriormente com os africanos) acabou por introduzir inúmeros costumes na sociedade como, por exemplo, o hábito de tomar banho diariamente, o que hoje é um dos mais comuns que perdura entre nós. Além da utilização de inúmeras palavras derivadas da língua Tupi que reproduzimos em nosso cotidiano, somos herdeiros de muitas outras manifestações culturais dessas sociedades.

Durante o almoço, então, se realizou a Quinta Oficina “A socialização humana – viver em tribos” – e reforçou os conhecimentos recém-adquiridos. Os alimentos que mantiveram, por longos períodos, as populações indígenas fizeram parte do cardápio.

“A batata-doce (Ipomea batatas) e o amendoim (Arachis hipogaea) sem dúvida, fizeram parte da dieta indígena. O segundo, embora considerado como originário das terras subandinas, figura no inventário das cavernas mineiras, tão antigo quanto o milho. A primeira aparece como uma das possíveis plantas domesticadas nos sítios litorâneos fluminenses. A mais importante das raízes foi – e continua sendo – no entanto, a mandioca. Ela é encontrada em duas variedades, a “doce” (aipim ou macaxera), classificada como (Manihot aipi) e “amarga”, como (Manihot manihot). (O Índio no Recôncavo da Guanabara – Dias, Júnior – R IHGB, Rio de Janeiro, 159 (399)-641, abr./jun.1998).

Após o almoço todos foram convidados a conhecer a área museal do IAB que reúne preciosos achados como esqueletos em sambaquis, o conjunto inteiro de enterramento em urnas funerárias e a múmia encontrada na caverna em Minas Gerais (citados anteriormente); artefatos representativos do período escravagista brasileiro, com uma das mais terríveis peças de tortura denominada “vira mundo” (acervo oriundo de doação); e outros, símbolos da cultura africana, como colares de búzios e cachimbos. Artefatos de louça, porcelana, vidro e cerâmica dos séculos XVI e XVII figuram como os exemplares da cultura europeia. Um mapa desenhado no chão demonstra as prováveis trajetórias das primeiras populações pelo território brasileiro.

No processo de conhecimento e reconhecimento de patrimônios, os grupos foram levados para conhecer o eco museu (exposição de materiais de uma das primeiras tipografias do Brasil), os locais de guarda do acervo, o laboratório e a reserva técnica.

Parte dos artefatos resgatados no sítio JB-695, razão do evento, foi exposto para os operários com as explicações sobre suas origens – a grande maioria fabricada na Europa – suas prováveis datas e seus usos.

O contato com variado material encontrado em local tão familiar os fizeram refletir sobre o que significava estarem participando do processo de educação patrimonial. Reproduzimos aqui a fala do operário Domingos que chegou bem próximo à compreensão do que estávamos propondo com o trabalho: fazê-los entender a importância do acervo para todos; “Muitas vezes não damos valor por falta de conhecimento. O que não serve para a gente pode ser de grande valor para os arqueólogos…”

Sabemos que, no geral, para a maioria ali, principalmente estando em contato pela primeira vez com esse aspecto cultural e pertencendo a uma classe a qual se vê à margem, por infinitas circunstâncias, de acesso mais corrente a eventos desse tipo, quase tudo lhe parecia estranho e desconexo da sua realidade, porém em todos os momentos acreditamos estar abrindo uma janela para um horizonte o qual, por certo, é salpicado de estranheza, mas de alto valor em seu cotidiano, afinal a partir dessa experiência, a qualquer tempo em que estiverem trabalhando em processo de revolvimento do solo é muito provável que se perguntarão: “será quem tem algum material daqueles, que tinha lá no Jardim Botânico, aqui?”. E também, por certo, se encontrarem, buscarão algum tipo de contato com profissionais que os possam resgatar.

Artefatos que remontam até o século XIX encontrados neste sítio demonstraram que populações que ocuparam aquele local viveram no Período Colonial e, portanto, se estabeleciam como uma Sociedade Colonial.

Em razão de estarem expostos a variadas ferramentas, que exigem muita habilidade em seu manuseio para evitar acidentes, nos locais das construções, bem como máquinas de grande porte e o revolvimento do solo onde há possibilidades de encontro com agentes provocadores de doenças, foi lhes proposto participarem de uma última dinâmica para valorizarem o maior de todos os patrimônios: a vida. “Voltando no tempo com segurança” propunha uma travessia, de olhos vendados, por uma ponte imaginária (feita com uma corda fina fixada no chão) e imaginando que caso caíssem poderiam ser devorados por “animais ferozes”. Isso se deu com muita torcida para cada um que ousou tentar e depois de indagados sobre o que sentiram ouvimos depoimentos do tipo: “deu bastante medo e fez com eu me preocupasse um pouco mais com a minha segurança no trabalho”; ou: “me senti seguro e capaz de seguir em frente”, ou ainda: “senti que devemos valorizar e preservar cuidadosamente os nossos sentidos como ver, por exemplo. Caminhar sem enxergar é muito difícil”.

Desta forma os trabalhos foram dados por encerrados com a entrega de material didático e o jogo de arqueologia, em mídia, desenvolvido pelo Projeto “Rua dos Inválidos”.

Posteriormente todos foram contemplados com um certificado de participantes do Programa de Educação Patrimonial.

A seguir transcrevemos a opinião, sobre o nosso trabalho, dos empreendedores que participaram das mesmas atividades que os demais, e que inauguraram um momento especial em nossas atividades de educação patrimonial com suas presenças em nossa sede.

“Eu acho que foi um dia bem aproveitado. A experiência foi ótima e todos que participaram, acho que gostaram. Essa é a impressão que a gente tem: que eles saíram mesmo com outra cabeça, com outra informação…uma visão um pouco diferente. E tudo foi feito de uma forma bem profissional, de uma forma lúdica onde ninguém ficou entediado, todo mundo participou e foi ótimo. Espero que isso traga até outros frutos.

(Sérgio Rodriguez, engenheiro civil e presidente da Tecto Engenharia)

 “O IAB está de parabéns por ter conseguido trazer uma turma de obra que tem uma atividade muito dinâmica e conseguir mantê-los concentrados aí durante quase oito horas; vocês estão de parabéns por trazer essa consciência de preservação de História, de Arqueologia. Eu acho que um povo sem memória não é nada. A gente tem que ter memória, tem que ter registro e, nesse sentido, vocês estão de parabéns.

(Jaques Rochlin, engenheiro civil e sócio da Tecto Engenharia)

 Antes de tudo quero agradecer ao IAB por essa oportunidade. Eu acho que foi um dia de sábado bastante proveitoso, divertido e acredito também que tenha sido uma experiência única, principalmente assim… para quem não tem muito acesso à informação e cultura que é uma grande parte das pessoas que trabalham no ramo da construção civil. Eu vim com essas pessoas da obra e percebi que elas ficaram assim…gostaram muito das atividades… a dinâmica do que foi apresentado foi muito interessante, o linguajar foi muito acessível e é claro que as pessoas não vão guardar todas as informações, mas alguma coisa fica. Nas próximas obras vão perceber… até mesmo nessa obra vão perceber, saber identificar alguma coisa que possa ter uma relevância arqueológica ou não, mas acima de tudo é poder proporcionar a pessoas que não tem muito acesso à informação, à cultura, a conhecer um pouco mais da origem da nossa civilização…viemos para cá, confesso, não só o grupo meu, mas também…[os demais] um pouco receosos, achando que podia ser uma dia um pouco monótono, mas não! Foi muito proveitoso. O IAB está de parabéns pela iniciativa e tomara que nós tenhamos outras obras com o mesmo perfil e que a gente possa novamente se reencontrar e curtir mais um pouco de arqueologia. 

(Custódio Oliveira, engenheiro civil)

Agradecemos a todos que colaboraram para mais esta realização, que confiaram em nosso trabalho e se dispuseram a participar das atividades, contribuindo sobremaneira para atender os objetivos propostos.

Agradecemos igualmente à dedicada equipe do IAB que, como sempre, profissional e coesa concorreu, mais uma vez, de maneira ímpar, para o sucesso das atividades.

Texto: Antonia Neto

Fotos: Antonia Neto, Diego Lacerda, Flávio Cardoso

Equipe:

Diretor-Presidente: Professor Ondemar Dias
Coordenadora Geral do Programa de Educação Patrimonial: Jandira Neto
Arqueólogo de campo e coordenador do Programa de Educação Patrimonial: Rhuam Souza
William Cruz - Diego Lacerda - Antonia Neto - Soledade Neto - José Neto - André Kepler - Sérgio Serva - Cida Gomes - 
Débora Costa - Fabiana Silva - Marcos da Silva - Marilda da Silva - Alessandro da Silva - Geovani Dionísio - 
Daiane Knupp -  Lusinete Knupp (colaboradora espontânea pelo Projeto "Amigos do IAB") -  
Aldeci dos Santos -  Anselmo dos Santos

 

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