Termina mais uma etapa em São João Marcos


Termina mais uma etapa dos trabalhos arqueológicos na antiga cidade de São João Marcos,
em Rio Claro (RJ) 

O arqueólogo Ondemar Dias, coordenador geral do programa, com as ruínas da Igreja Matriz ao fundo

12/01/2010, Acaba de ser encerrada a segunda etapa dos trabalhos de preparação do Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos (Rio Claro, RJ), em parceria com o Instituto Light, com o apoio do Iphan. Nesta fase foi enfatizado o trabalho no lado direito da Igreja Matriz – em acordo com o organograma de trabalho previsto – sendo descobertos restos estruturais da igreja, o ossuário e material arqueológico variado. O trabalho propiciou ainda observações interessantes sobre as técnicas construtivas da época.

As ruínas foram devidamente protegidas contra intempéries, visitantes inesperados e também contra a entrada de gado. As equipes de manutenção e limpeza permanecem no local de forma a prepará-lo para a inauguração, em abril próximo.

A primeira abordagem foi realizada em 2008, quando foi analisado e considerado muito bom o potencial arqueológico do centro populacional da antiga cidade de São João Marcos, onde o Instituto Light está fazendo um parque arqueológico e ambiental. Durante a primeira etapa foi avaliado que a maioria das estruturas encontrava-se ao rés do chão, à exceção de algumas poucas paredes da igreja, mas como os alicerces permaneciam intactos poderiam ser evidenciados de forma a traçar o mapeamento da cidade.

Assim, nesta segunda etapa que está sendo entregue hoje, o trabalho consistiu no evidenciamento dos alicerces e o que sobrou de paredes, calçadas e calçamento das ruas (foto à direita), no circuito amplo. Foi adiantada ainda a limpeza de alguns prédios mais importantes, como da Prefeitura e da casa do capitão-mor (o que restou da fachada de ambos os edifícios, cerca de um metro acima do solo), toda a ruína do teatro e parte da igreja.

Os materiais encontrados foram principalmente artefatos de ferro – sobretudo ferraduras – vidro, alguma porcelana, muitos tijolos e telhas, dos séculos XIX e XX, e algumas poucas cerâmicas do século XVIII. Alguns objetos pessoais também foram encontrados, como cálices, e ainda um motor de quatro cilindros in situ.

Uma grata surpresa foi também encontrar o belo trabalho em pedra lavrada como decoração da fachada da casa do capitão-mor, no pequeno pedaço que ficou na estrutura.

Nas áreas especificadas para serem o centro de visitantes e o estacionamento foi feito um trabalho mais profundo de limpeza das ruínas. Próximo ao local que será usado para estacionamento, por exemplo, foi descoberta a estrutura de um forno (foto à esquerda), onde se suspeita tenha havido um padaria. Já na área reservada para o centro de visitação, que também já está liberada, as ruínas vizinhas também tiveram seus alicerces colocados à mostra de forma que a planta das casas possa ser vista.

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