Laboratório Aberto de Arqueologia Urbana e a “Arqueologia de um prêmio”

Foi publicado no dia 11/03/2017 uma matéria sobre a premiação, em âmbito nacional, da arqueóloga Tânia Lima, do Museu Nacional, por seus achados no Cais do Valongo, durante escavações no início das obras de revitalização da Zona Portuária.

Veja aqui a reportagem: http://www.jb.com.br/informe-jb/noticias/2017/03/11/a-arqueologia-de-um-premio/?from_rss=None

Como esta não atualiza as informações, seus leitores desconhecem os desdobramentos dos fatos, por isso, o Instituto de Arqueologia Brasileira-IAB, como citado e em respeito aos interessados, decidiu se pronunciar.

Reproduzimos o último parágrafo da reportagem que se trata da transcrição de parte do documento do MPF que foi elaborado em fevereiro de 2015, portanto antes mesmo que se iniciassem efetivamente as ações para execução do projeto de curadoria realizado posteriormente pelo IAB.

Tendo em vista o constatado ao longo da inspeção, o MPF destacou, por fim, a necessidade do IAB, IPHAN e IRPH oferecerem solução mais apropriada para a salvaguarda do material já catalogado que se encontra nos contêineres e solicitou à representante do IPHAN que incorporasse os itens presentes no termo de cooperação técnica ao termo de ajustamento de conduta que será celebrado com a Prefeitura e o IRPH para assegurar que determinados detalhes técnicos sejam observados até o final do projeto”.

Uma força tarefa foi montada tendo por finalidade proteger, não só os trezentos mil artefatos já catalogados e que se encontravam, além de, nos contêineres acima citados, mas também distribuídos em diversos outros espaços institucionais como IPHAN, Arquivo Nacional, Museu Nacional. E ainda havia aqueles contidos nos mil e oitocentos sacos pretos de lixo por se fazer a curadoria (limpeza, classificação, numeração, categorização e catalogação) do material.

 

O mais impressionante ainda foi peneirar o equivalente a 441m3 de terra, repletos de artefatos, cuja identificação se encontrava profundamente comprometida pelo abandono de dois anos na CASERJ.

 

A árdua tarefa envolveu mais de 30 profissionais do IAB durante os anos de 2015 e de 2016, gerando um Relatório Final que contabilizou a total e incrível cifra de um milhão quatrocentos e setenta e dois mil artefatos para os três sítios registrados no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) do IPHAN.

 

Com a candidatura do Sítio Cais do Valongo à Patrimônio Mundial no Brasil, em julho de 2016 novas exigências se impuseram ao acervo: Separar o material correspondente a cada um dos três sítios registrados no IPHAN. Mais um desafio, pois só dispúnhamos da documentação completa de um dos sítios, o do Cais do Valongo.

Pela importância do sítio e a beleza do acervo apresentado ao representante do ICOMOS em setembro de 2016, a visita foi um sucesso.

https://www.facebook.com/pg/instituto.dearqueologiabrasileira/videos/?ref=page_internal 

A saga da arqueologia de um prêmio continua …

Mediante um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) impetrado pelo MPF, uma renovação de contrato do IAB foi proposta para finalização dessas atividades, em novembro de 2016 pelo IRPH. Embora a portaria de autorização para a continuação dos trabalhos tenha sido publicada no D.O.U. em 22/11/2016, com a mudança de administração da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro e os naturais entraves burocráticos, o procedimento para disponibilização de recursos financeiros e a ausência de documentação dos sítios continuam inviabilizando o prosseguimento das atividades para instalação do Laboratório Aberto de Arqueologia Urbana – LAAU e, consequentemente, o acesso do público, ao acervo.

Por enquanto continua nas caixas: