Em abril de 2019 a GNA – Gás Natural Açu que empreende o projeto da UTE GNA I, contratou o Instituto de Arqueologia Brasileira para realizar treinamento em educação patrimonial para funcionários das empresas que atuam na construção do Porto de Açu em São João da Barra-RJ, em três etapas, para grupos diferentes de trabalhadores.
A primeira das atividades se deu em abril de 2019, a outra em maio (descrita abaixo) e a próxima que está prevista para julho do ano corrente.
A exemplo do processo anterior, o IAB deslocou sua equipe, desta vez até à cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), a fim de realizar as atividades para um grupo de trabalhadores da empresa do Grupo Alubar, cuja responsabilidade é finalizar a obra da linha de transmissão de 345 Km que irá conectar a subestação do Porto do Açu à Subestação de Furnas em Campos dos Goytacazes.
Assim sendo, a equipe de educação patrimonial (William Cruz e Paloma Santana, respectivamente historiador e arqueóloga) dirigiram-se no dia 29 de maio até o canteiro de obras para atender a um grupo de 20 pessoas.
Seguindo a mesma metodologia desenvolvida pelo Instituto e aplicada, de praxe, nos processos educativos patrimoniais a que se propõe, a equipe, após ser recepcionada pelo Analista Ambiental Mário Ladeira iniciou os trabalhos seguindo as etapas relativas ao método, com o Aquecimento Inespecífico, seguido do Aquecimento Específico, a Dramatização e por fim o Compartilhamento.
Durante as apresentações foi uma grata surpresa identificar neste grupo membros que já tinham noção da importância da educação patrimonial por os mesmos já terem tido a oportunidade de, em outros trabalhos, serem orientados por outros arqueólogos neste sentido.
O Aquecimento Inespecífico para o “despertar” das energias corporais provocou muitos risos atingindo o objetivo da descontração do grupo. A seguir foi apresentada uma breve palestra sobre o que é Arqueologia e uma síntese histórica sobre a ocupação humana por populações indígenas na região, atividade correspondente à etapa do Aquecimento Específico e, a partir daí, a Dramatização que é o contato direto com os artefatos, no caso, típicos dos antigos povos da região (os índios Goytacazes da Tradição Una) com o objetivo de fixar as imagens e facilitar a identificação em casos de localização dos mesmos.
Na última etapa, o Compartilhamento, onde é medido o nível de sucesso da atividade, foi identificada uma grata satisfação no semblante e na fala de todos. Em particular um dos membros do grupo, o Sr. Antônio Correia, relatou sua experiência quando, durante um caminhamento em outra obra, segundo ele, encontrou um cachimbo e levou ao conhecimento do arqueólogo responsável pelas pesquisas da área então, o que ao fim e ao cabo levou à identificação, ali, de um sítio arqueológico. Agora, “após esse treinamento tudo começou a fazer mais sentido”, diz o Sr. Antônio.
Agradecemos a colaboração de todos os envolvidos nessas práticas esperando termos contribuído para a preservação do patrimônio cultural brasileiro com a nossa expertise e aguardamos as próximas oportunidades.
Texto: Antonia Neto
Fotos: William Cruz e Paloma Santana