IAB participará da Semana de Arqueologia da UERJ – (20 a 24 de agosto/18)

 

O Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), representado pelo seu Diretor-Presidente Ondemar Dias e sua Diretora-Vice-Presidente Jandira Neto, foi convidado a participar da IV Semana de Arqueologia UERJ a ser realizada do dia 20 a 24 de agosto de 2018.

Os Professores Ondemar Dias e Jandira Neto apresentarão palestra com tema “IAB – Uma Trajetória de 57 Anos – Desafios e Resistências”, às 11:30h no dia 24 de agosto. Durante a semana do evento o IAB venderá publicações sobre arqueologia brasileira e conhecimentos de áreas afins, incluindo publicações de sua nova editora. Também realizará inscrições de interessados no Programa de Minicursos “O Planejamento e a Execução da Pesquisa Arqueológica – A Logística de Campo”.

Para saber a programação da Semana de Arqueologia UERJ e o procedimento para participação no evento, acesse o site: https://semanadearqueouerj.wixsite.com/semanadearqueologia

Endereço: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Rua São Francisco Xavier, 524 – Maracanã, Rio de Janeiro-RJ

Ao meu Amigo Miller

Planeta Terra, 11 de julho de 2018.

Hoje deixou ele o Meu amigo Miller

Recebi há pouco a notícia que meu amigo Eurico Miller partiu hoje cedo, por insuficiência respiratória segundo me disseram! Por mais que a gente espere notícias dessa ordem elas sempre nos surpreendem, ainda mais quando se trata de um “cara” que sempre fez o que quis! E eu não sei se ele estava a fim de “cair fora”, pois da última vez que estivemos juntos em Brasília, há cerca de um ano, mesmo “vendo coisas que só ele via naquele momento”, parecia estar bem disposto a tudo, até mesmo a voltar para a Amazônia!

E a tristeza aumenta ao lembrar que juntos, comigo e com a Jandira, estava também a nossa amiga Lucia Pardi, que nos ciceroneou carinhosamente em Brasília quando juntos, fomos à casa dele buscá-lo para jantar conosco às margens do lago Paranoá. Não passava nem de perto pela nossa cabeça que seria a última vez que estaríamos com ela e com ele. Nada denunciava tal proximidade! Rimos de Tudo e de Todos após “meia dúzia de whiskies”  tomada por ele com muito prazer! Mas a vida é assim mesmo, quando menos se espera, lá vai um de volta ao lar, nesse caso, dois!

Pois é. Se alguém no Brasil pode ser chamado de “Indiana Jones”, este cara era o Miller. Não pela busca de tesouros, mas pela aventura constante que foi sua vida, enquanto pôde se movimentar. Ele andou demais! Não conheço ninguém que tenha se arriscado tanto; que tenha sofrido mais de três dezenas de crises de malária; que tenha vivido meses entre índios, tornando-os colaboradores e deixando parte significativa dele mesmo entre seus amigos tribais. Desde sua Taquara, terra em que sonhou alto, construiu e deixou prá lá, pagando pela sua falta de subserviência, até Rondônia, Brasília e Amazônia, pesquisando sob Orion; aprofundando trincheiras nas margens do Madeira, prospeccionando Linhas de Transmissão e Hidrelétricas, sem dúvida viveu uma vida plena, trabalhou como um mouro, mas também soube aproveitar as coisas boas da vida. Não, não foi um homem comum. Era o “Gauchão grosso” como gostava de se dizer, mas, sobretudo, um grande, muito grande e capaz arqueólogo. Um amigo de fato, nada terno ou simpático; mas um amigo sincero, em quem sempre pude, aliás, todos nós seus amigos pudemos, confiar.

Hoje é certo que alguém está feliz e o esteja recebendo de braço abertos. Betty Meggers recebeu de volta o seu filho mais querido. Certamente com o sorriso de alegria do Cliff Evans. E a emoção que seus amigos estão sentindo, sem dúvida justa pela perda de mais um companheiro de lutas, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da arqueologia brasileira, é compensada pela certeza que sua passagem entre nós foi de suma importância. De minha parte certamente, além do agradecimento por tê-lo como colega de trabalho, um simples “até logo”. Certamente por parte também da Jandira, a quem sempre encantou com suas singularidades, um pensamento de paz e o desejo de luz, muita luz em seu caminho pela eternidade.

Só fica uma questão:  E o que será que vai arrumar por lá?           

Saudades de seus amigos

Ondemar Dias,  Jandira Neto e Equipes do IAB

Vice-Presidente do IAB é eleita uma das Delegadas e Delegados no Plano Modelar Metrópole

No sábado, 05 de maio, o IAB participou da terceira – entre as dez que estão sendo realizadas -, Pré-Conferência do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (PDUI/RMRJ) tendo sido representado pelo seu Diretor-Presidente Professor Ondemar Dias e sua Vice-Presidente, a Arqueóloga Jandira Neto.

Tendo, o Modelar Metrópole, como um dos seus eixos estruturantes, o patrimônio natural e cultural e sendo o Instituto de Arqueologia Brasileira-IAB o maior detentor de patrimônio cultural material da Baixada Fluminense, a Vice-Presidente do IAB, Jandira Neto, foi uma, entre delegadas e delegados que foram e serão eleito(a)s, como representantes da sociedade civil acadêmica, para discutir as propostas que orientem resoluções governamentais futuras.

“Apresentação do Plano

O Modelar a Metrópole, ou Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Câmara Metropolitana. Financiado pelo Banco Mundial e executado por um consórcio formado pelas empresas Quanta Consultoria e Jaime Lerner Arquitetos Associados, o projeto pretende elaborar um conjunto de cenários, estratégias e instrumentos que orientem decisões governamentais nos anos futuros e sejam referências para a sociedade fluminense.

O Modelar a Metrópole conta  com uma equipe de especialistas que trabalha a partir de seis eixos estruturantes da metrópole: expansão econômica; patrimônio natural e cultural; mobilidade; habitação e equipamentos sociais; saneamento e meio ambiente; e reconfiguração espacial. A equipe também incorpora aos seus produtos os subsídios colhidos nas oficinas realizadas regularmente pelo Modelar a Metrópole em vários municípios. Nesses encontros, o diálogo com representantes dos poderes públicos municipais e de integrantes da sociedade civil, instituições acadêmicas, empresariado e  organizações de classe produz insumos para a elaboração do Diagnóstico e da Visão de Futuro para a região metropolitana.”

(Para saber mais:  http://www.modelarametropole.com.br/o-plano/ )

Louvamos a iniciativa do Governo do Estado do Rio de Janeiro e esperamos contribuir no debate sobre as prioridades para a Região Metropolitana, em especial no tocante à preservação e divulgação do extraordinário patrimônio natural e material, daquela que foi o esteio para o desenvolvimento, nos primórdios, da atual cidade do Rio de Janeiro, com seus engenhos de açúcar, olarias de telha e tijolos, laranjais, construção dos novos caminhos criados com a mão de obra escrava. Imperativos mais que justos para a promoção da região que, ainda hoje, tem em suas populações um dos maiores contingentes humanos provedores de mão de obra para a produção econômica do Estado.

 

Texto: Antonia Neto

Fotos: Flávio Cardoso

Belford Roxo, 28 de maio de 2018

 

Entrevista: Destruição de sambaquis em Guaratiba preocupa MPF/RJ

Durante o período das obras para as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, o IAB foi solicitado a enviar proposta para diagnóstico do potencial arqueológico na área de implantação da rodovia Transoeste, mas não foi contratado. As obras foram executadas sem as pesquisas arqueológicas resultando na destruição dos sítios, o que provocou uma recomendação do MPF à Prefeitura do Rio de Janeiro, conforme a matéria da página da própria instituição ( MPF) – publicada no dia 20 de março de 2018 -, a seguir:

“MPF/RJ quer diagnóstico de impacto arqueológico das obras da rodovia Transoeste

O Ministério Público Federal (MPF) expediu recomendação à prefeitura do Rio de Janeiro para que elabore diagnóstico de impacto arqueológico pelas obras da rodovia Transoeste, no bairro de Guaratiba, Zona Oeste da cidade. Um inquérito civil público instaurado pelo MPF apura a possível destruição de sítios arqueológicos e sambaquis no bairro decorrentes das obras do corredor viário.

Na recomendação, o MPF pede que o diagnóstico de impacto arqueológico aponte os possíveis impactos na Área Diretamente Afetada (ADA) de todo o empreendimento da Transoeste e que este seja feito por equipe de profissionais de arqueologia. Após a realização do diagnóstico, o MPF pede também que a prefeitura do Rio providencie a elaboração de projeto de salvamento dos possíveis remanescentes de sítios arqueológicos destruídos pela obra ou daqueles ainda existentes no local da área de influência direta (AID), mas que estejam sofrendo impactos negativos em razão da existência do corredor viário.

O MPF aponta que a obra foi realizada sem atender ao disposto nas normas sobre a preservação do patrimônio arqueológico brasileiro. Além disso, também considera que não foi avaliado o efeito das obras sobre os possíveis sítios arqueológicos existentes no local. 

A prefeitura do Rio possui o prazo de 30 dias, contados do recebimento, para resposta sobre o atendimento da recomendação, sendo o silêncio considerado desatendimento.”

http://www.mpf.mp.br/rj/sala-de-imprensa/noticias-rj/mpf-quer-diagnostico-de-impacto-arqueologico-das-obras-da-rodovia-transoeste

No último dia 03 de maio o Professor Ondemar Dias foi entrevistado para o Programa Interesse Público da TV Justiça que vai ar aos domingos às 17:30h e que também é transmitido pelo Canal do MPF, no Youtube.

A Entrevista dada à jornalista Janaína Toscan tratou, não da destruição dos sítios, (proposta inicial da produtora), já que o IAB também não foi contratado para o levantamento pós-destruição, mas se propôs a fazer entender a dimensão da importância dos sambaquis localizados pelo IAB durante o Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas – PRONAPA na década de 1970.

Até o momento não temos as informações sobre a extensão da destruição.

Link para a entrevista: https://www.youtube.com/watch?v=F3n7Y1fmLhg&list=PLbbVbiVtNJf1Z__TEDiCccCfBB2S1feai&index=2 

     

Texto: Antonia Neto

Fotos: Alessandro Silva

 

Programa “Amigos do IAB” – Seja um sócio contribuinte

 

Ao conhecer teu passado

Tu te reconhecerás como pessoa

 (Hajimaniah, filósofo hindu do século XI)

 Nosso passado é a alma do que somos hoje

Aquarela de autor não identificado Aquarela de autor não identificado

 

Instituto de Arqueologia Brasileira-IAB

Um banco de dados genético e cultural do Povo Brasileiro

 

Aqui estão guardados:

O que recebemos  dos nossos antepassados 

 Aqui ajudamos:

As pessoas e os povos com quem compartilhamos nossa história.

Pesquisadores curumins escavando Educação patrimonial no IAB Educação patrimonial no IAB

 Conhecê-los é saber um pouco mais de nós mesmos. 

IAB ! Venha conhecê-lo! Venha conhecer-se!

Ajude a preservá-lo para as futuras gerações tornando-se um associado contribuinte.

 

 

Alunos encantam-se com o IAB e com o Curso de Bioarqueologia!

O que dizem os restos faunísticos num contexto arqueológico? Por que é tão importante identificar a fauna do meio ambiente numa pesquisa?

Os restos faunísticos dentro de um contexto arqueológico vão contar basicamente sobre determinada forma de subsistência de um determinado grupo, o meio ambiente no qual estavam inseridos e, de acordo com as diversas utilizações como agulhas, colares, colheres e outras produções feitas de ossos, seu grau de tecnologia e o seu nível cultural. É o que se tenta transmitir em um dia de curso através da teoria e prática no contato direto com esses materiais.

Na última quinta-feira, 03 de maio foi então realizado o curso básico de Bioarqueologia na sede do IAB. Ok, ok, foram poucos alunos. Idealizamos 10 vieram 6. Mas foram pessoas que queriam muito, que abriram mão de aula em Mestrado, que negociaram um dia de trabalho e que vieram de longe para participar. E sabem o que foi o melhor? Percebê-los completamente surpreendidos com o que viram! Espantados por até então desconhecerem o incrível acervo arqueológico coletado e salvaguardado durante 57 anos de pesquisas num instituto sediado na periferia de uma cidade considerada a de menor IDH do país.

Quando foi comunicado que os próximos cursos seriam ministrados no centro do Rio de Janeiro ouve-se o Júlio Neves: “mas, ah!, qual será a graça?! Tantos serão privados de conhecerem e se maravilharem com o IAB!”

Outros se expressaram em suas páginas na rede social:

“Estou apaixonada pelo IAB”, diz Daiana Aragão.

“Fiz o curso de zooarqueologia. Foi maravilhoso! Todos são muito receptivos!” (Luíza Kow)

“Participei do curso de Bioarqueologia. Excelente curso, excelente equipe em todos os sentidos. Visitem, cursem e saiam de boca aberta.” (Ewerton Santos.)

O reconhecimento ao nosso empenho de manter essa instituição, que é um dos maiores patrimônios, em seu nicho, do nosso país, mesmo em tempos financeiramente difíceis como o que atravessamos hoje e em meio ao aumento da violência e insegurança pública que assola a Baixada Fluminense – local onde está estabelecida a Instituição –  é o que nos impulsiona fortemente determinados a driblar todos os obstáculos e continuar mantendo erguida a nossa bandeira!

Agradecemos a todos a confiança em nosso trabalho e esperamos poder continuar contribuindo com conhecimentos que catapultem a vida acadêmica e cultural de cada um!

Sejam, todos, sempre bem vindos!

Texto: Antonia Neto

Fotos: Alessandro Silva e Antonia Neto